Aquele olhar
© Adriana  Janaína Poeta
Aquele  olhar
que  profundamente  me  tocou
como  a  chuva  no  verão,
o  clarão  do  raio
em  meio  a  uma  tempestade,
o  calor  do  sol
após  a  fria  madrugada...
Aquele  olhar  de  noite  e  luar,
de  estrela  e  encantamento,
de  abismo  e  oceano  à  noite...
O  mesmo  olhar  que  vasculha  meu  ser,
que  fecunda  o  rio,
que  desagua  em  mar,
estranho  desafio...
O  olhar  de  trigo  banhado  de  sol,
nuvem  brincando  de  vento,
mar  bravio,
areia  levada  pela  brisa  na  primavera...
Quando  meu  olhar  encontrou  o  teu,
algo  diferente  aconteceu,
cruzou  o  ocidente  e  oriente
num  piscar  de  pálpebras.
Magicamente  o  amor  nasceu.
Aquele  olhar,
montanha  e  fogo,
palácio  divino,
encontro  das  águas
da  cachoeira  com  o  mar,
fez  estremecer  a  terra
e  engrandecer  o  céu...
O  mesmo  olhar  onde  reina  a  lua
e  as  aves  chegam  em  revoada.
Olhar  de  sereno  e jasmim,
avenca  e  verbena,
margarida  e  sal.
Naquele  momento  especial,
quando  um  homem  e  uma  mulhar
descobriam  a  força  do  amor,
a  poesia, eterna  arte,encarnou-se.
De  mãos  dadas  e  corpos  nus,
enfim  exaustos  e  embriagados,
Eros  e  Psiquê  adormeceram,
embalados  pelos  antigos  deuses  do  Olimpo,
a  fina  flor  dos  redimidos.
Tua  mão  continuava  na  minha,
teu  amor  impregnado  em  meu  corpo,
cada  célula  pulsando  em  êxtase...
Nós  dois  éramos  apenas  um.
quinta-feira, 25 de dezembro de 2008
Assinar:
Comentários (Atom)
 


